O ensino de línguas modernas na Europa e nas instituições internacionais segue um padrão de referência estabelecido pelo Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (QECR ou CEFR – Common European Framework of Reference for Languages), criado pelo Conselho da Europa e amplamente adotado em universidades, escolas e centros linguísticos. O objetivo do sistema é fornecer uma estrutura unificada para descrever a competência linguística de um estudante em termos de compreensão, fala, leitura e escrita, independentemente da língua aprendida.
O QECR define seis níveis principais de proficiência (A1, A2, B1, B2, C1 e C2) organizados em três grandes faixas de domínio:
- Nível A (Iniciante e Básico): abrange as etapas iniciais, nas quais o estudante compreende e utiliza expressões cotidianas, formula frases simples e interage em situações previsíveis.
- Nível B (Intermediário e Pré-Avançado): caracteriza o estudante capaz de compreender ideias principais de textos complexos e comunicar-se com certo grau de fluência, sendo funcional em ambientes de estudo ou trabalho.
- Nível C (Avançado e Fluente): representa o domínio avançado, com fluência, precisão e naturalidade comparáveis às de um falante culto nativo, apto a produzir textos acadêmicos, científicos e técnicos.
O Instituto Soyuz adota essa estrutura europeia como base metodológica, mas a adapta para o ensino de línguas do espaço eslavo e euroasiático, como o russo, ucraniano, polonês, georgiano e armênio, introduzindo um nível preliminar A0 (Iniciante, Zero Contato). Esse nível adicional reflete a especificidade de alfabetos não latinos (como o cirílico, o georgiano e o armênio) e a necessidade de uma fase inicial de familiarização fonética, ortográfica e morfológica antes da progressão ao A1.
Nível A0 (Zero): o estudante aprende o alfabeto, a fonética básica, os princípios de entonação e as primeiras estruturas gramaticais. Essa etapa introduz também vocabulário essencial ligado à vida cotidiana e à cultura da região estudada. É um nível de imersão preparatória, que assegura transição sólida para o A1 e evita lacunas estruturais em alunos que iniciam o estudo de uma língua de escrita e fonologia distintas das latinas.
Nível A1 (Iniciante): marca o início da competência comunicativa: o aluno consegue cumprimentar, apresentar-se, fazer perguntas simples e compreender instruções diretas.
Nível A2 (Básico): o vocabulário e as estruturas gramaticais ampliam-se, permitindo compreender frases curtas sobre temas concretos, descrever experiências e interagir com certa autonomia em contextos previsíveis.
Nível B1 (Intermediário): o estudante alcança independência linguística: é capaz de narrar, argumentar e compreender o essencial de textos acadêmicos e jornalísticos.
Nível B2 (Pré-Avançado): consolida a fluência comunicativa e a capacidade de lidar com conteúdos técnicos e culturais, introduzindo terminologia especializada conforme a área de estudo (política, energia, história, linguística ou relações internacionais).
Nível C1 (Avançado): enfatiza a precisão discursiva, a leitura de textos científicos e o domínio de estilos formais e acadêmicos, preparando o aluno para conferências, pesquisa e tradução.
Nível C2 (Fluente): corresponde ao domínio pleno da língua, com compreensão auditiva e textual profunda, expressão escrita autônoma e domínio de registro técnico e literário. Nesse estágio, o estudante pode redigir textos científicos complexos, interpretar nuances culturais e traduzir com rigor.
A metodologia do Instituto Soyuz combina abordagem comunicativa e rigor filológico, com ênfase na cultura política e histórica das sociedades estudadas. Cada nível é acompanhado de módulos de leitura, conversação, gramática, fonética e civilização, além de atividades complementares voltadas ao uso prático da língua em contextos diplomáticos, científicos e culturais.
O sistema A0–C2 do Instituto Soyuz não se limita à proficiência linguística, mas integra a língua ao contexto histórico-social em que se formou. Aprender idiomas, sob essa estrutura, significa também compreender o papel das línguas na ciência, na cultura, na diplomacia do século XX e nas experiências socialistas de cada país. O resultado é uma formação completa, na qual a competência linguística é acompanhada pela compreensão cultural, política e acadêmica, pilares fundamentais do internacionalismo proletário que carregamos como estandarte.